quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

As mais longas frases..


Talvez na vida a coisa mais dificil de lidar seja esse silencio quase que obrigatório.
Aquele grito preso na garganta, a lágrima que não pode sair dos olhos, o pensamento que insistimos em tentar tirar da cabeça.
Talvez a coisa mais dificil seja lidar com a descoberta de um eu oculto, a dor que fingíamos não existir há tempos.
É tudo tão paradoxal, estranho e cheio. Tao cheio que fica vazio quando todos estão ali, são tantas pessoas vazias, ocas, sem pensamentos. O que elas mais querem é chegar em casa para tentar dormir, tentar esquecer que o dia não foi bom, não interagem. E mesmo quando há interação.. ah, as pessoas e suas conversas fúteis e sem fundamentos, nada que realmente importe. 
Os dias ficam iguais, as coisas ficam sem nexo e tudo fica a mesma coisa, não sabemos como dar continuidade e então o vazio cheio sempre irá prevalecer, entende?
É aquela sensação de que algo te falta mesmo quando vc olha ao redor e percebe que tem tudo o que sempre quis, o que precisa, o que desejava. Você permanece insatisfeito, oras, não deveria estar... deveria? Quem sabe, insatisfação é o que fazem as mudanças acontecerem.
Se vc não está insatisfeito então nada mudará e sua vida estará parada sempre no mesmo lugar.
Mas eu estou insatisfeita, me falta algo, me falta alguém e minha vida permanece a mesma vidinha de sempre, com as mesmas pessoas, conversas, cores, cheiros, lágrimas... tudo igual, sempre igual, sempre domingo, sempre segunda.
Sempre o ontem igual a hoje e sempre igual a amanhã, mesmo que eu não preveja o futuro.
Ah, doce insatisfação, doce futilidade humana.

sábado, 11 de agosto de 2012

2054

Eu queria pular para o próximo nível, queria sair daqui e ir pra outra etapa mas não consigo. Sei que só eu me impeço de sair daqui mas me acostumei a estar aqui, a viver isso, um dia de cada vez assistindo sem participar de nada do que acontece.
Vejo que sobrei, fui demais e acabei transbordando e virando nada, só o vazio.

Três e cinquenta e quatro da manhã, não faz tanta diferença, os dias são iguais. Nublados, escuros aqui e com o sol brilhando lá fora mas isso não me incomoda, nunca fui alguém do sol, dias cinzentos sempre combinaram mais comigo, desde menina. Nasci no outono, o que se espera disso?
As noites de sono são escassas e mal dormidas, mas já não sei até onde me incomoda pois o sono não me descansa mais. Também não saberia o que fazer ou como fazer essa exaustão passar, dói mas é uma dor estranha porque dói sem doer.. por aqui é tudo assim.

Quatro e quatro da manhã. Corpo são, mente insana e vice versa.

sábado, 4 de agosto de 2012

"A gente é uma espécie de elétron sem núcleo que tem um cartão de crédito no lugar do cérebro, um aspirador no lugar do nariz, e nada no lugar do coração."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

4h31

Há muito venho buscando inspiração, olho blogs, leio fotos, respiro música mas por algum motivo não me inspiro. Começo a achar que a graça acabou.
Sabe aquele nada que vem sei-la-de-onde e te tira tudo? É mais ou menos isso, vim do nada e agora sou nada mas o pior é não saber como mudar isso porque é doloroso mas é uma zona confortável; nada acontece de bom e nem de ruim, é só nada.
Tem dias que eu queria que doesse, bem lá no fundo, bem agudo, aquela dor desesperadora, só pra ver se sinto alguma coisa, só pra ter certeza de que sou algo além de nada mas esse dia nunca chegou.
Talvez nunca chegue, quem sabe no meio da espera encontre minha redenção.

Tão ocupada vivendo que se esqueceu como viver.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

242

Construiu um enorme cubo cheio de nada, mas ainda era tanta a falta que não cabia.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando você ouve aquela musica que não devia.

As coisas não mudaram. Ouço as mesmas musicas, ando nos mesmos lugares, pego o mesmo onibus todos os dias no mesmo horário, fumo o mesmo cigarro, bebo a mesma cerveja, assisto os mesmos filmes, me emociono ao lembrar de você.
Os dias seguem da mesma forma e tirando um corte de cabelo ou um novo conhecido, minha vida continua exatamente a mesma de antes, eu estou exatamente do jeito que você me conheceu. Envelheci, claro, mas tirando uma olheira nova ou um machucado aqui ou ali , tudo está a mesma coisa de sempre e as vezes me incomoda, as vezes não. Sempre foi assim, não é?
Pensei em você um dia desses e em tudo o que passamos juntos, foi tanta coisa que me pergunto como aquilo não foi uma vida inteira, cabia uma vida ou mais ali e você sabe. Por um minuto senti saudades; as noites, os sorrisos infinitos e todos aqueles momentos que não preciso repetir pois você também estava lá.
Mas foi só por um minuto.
Senti vontade de saber como você estava mas nao quis te encontrar, te ver de novo, seria dolorido demais, difícil como tudo o que havia entre nós e eu poderia sentar aqui e dizer que a culpa foi dos dois ou de nenhum, que a vida nos separou, que crescemos e topamos com as diferenças mas sabemos que não foi nada disso.

Você quis assim. Você não fez tudo o que podia. Você não foi a melhor pessoa para mim. E eu fui embora.

Não tenho raiva, também não há o que perdoar, deixamos de ser quem somos para sermos nós e no fim, não deu. Fazer o que. A gente é assim mesmo, grita eu te amo mas tem preguiça de manter o amor, fala que faria tudo quando na verdade o "tudo" tem limite e o meu chegou. Demorou mas chegou.
A gente e essa mania de querer amar, querer ser amado. Eu te amei e sei que voce me amou também mas hoje percebo que existe o amor louco e o amor certo, sabemos qual escolhi. Acho melhor quando o amor não desperta o pior em nós, não definha, dilacera, não nos faz matar e morrer. Prefiro aquele amor que não rende declarações e juras eternas que nunca serão cumpridas, gosto de tudo mais calmo.
Gosto do silêncio, da paz. Não nasci pra casa barulhenta, é o lugar onde a gente descansa e se põe no lugar mas com você não tinha isso e eu sentia falta de me acalmar quando chegava, com você por mais que tudo estivesse em silencio dava pra sentir a gritaria, a briga, só de olhar e isso não me deixava em paz. Fui virando escrava desse amor, me contentando com estar descontente para estar junto com meu amor e um dia percebi que não queria te amar, doía.
Como corte de papel sulfite, doeu muito mas na verdade o corte não era tão grande nem tão profundo, só incomodava na hora de escrever. Só incomodava toda hora e hoje não incomoda mais.
Sei bem o que me cortou e não quero repetir a dose, sentir dor não é comigo mesmo que seja dor de amor, prefiro a calma. Só que de vez em quando tenho dessas, acho que você ainda pensa, que ainda quer saber como eu estou da mesma forma que eu penso e então resolvi te escrever, mesmo que nem passe pela tua cabeça ler, escrevi, imagino que qualquer dia desses isso caia no teu colo e você saiba como eu estou. E eu estou bem, sou a mesma de sempre, só prefiro não te ligar porque é igual corte de sulfite, as vezes a gente tem que mexer mas nunca sabe se vai se cortar ou não.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre amor

Há quase meia hora postei uma frase no meu facebook que dizia o seguinte: Muita gente falando de amor, pouca gente sabendo amar.
Fiquei pensando nela, digerindo cada letrinha e vi que só há verdade.

Todo mundo associa o amor a uma coisa boa, empolgante; a borboletas no estomago e não é bem assim. Amar dói, de uma maneira tão profunda que muda a gente de um jeito que não sei bem se dá pra explicar e isso acontece porque amar consiste em aceitar o outro. Voce acha que é fácil te amar? Pergunta pra sua mãe ou pro seu melhor amigo, não é. Não é fácil amar ninguém, por isso dói tanto.
Todo mundo tem defeitos, todo mundo mente, esconde alguma coisa, todo mundo tem passado e amar não é entender tudo isso mas aceitar quem se ama com tudo isso. Ver tudo o que voce desejou perfeito, quebrado, errado, incerto e inconstante. 
Isso é meio que amar. 
E eu disse meio porque tem muito mais coisa aí, só que a gente não quer isso, quer só a euforia e aí confunde o amor com alegria, com felicidade momentanea. Não é.
Amar é aceitar, assim como ser amado é ser aceito pelo que se é e se nem voce gosta dos seus defeitos imagine o outro, por isso amar é tão difícil e ser amado mais ainda. 
E você confunde, como eu confundi, até um dia que adota um gato ou ganha um irmão e não consegue entender como aquela coisa tão pequena que voce nem conhece já faz parte da sua vida e influencia em tudo. 
É amor, sabe? Ficar doido e ver que tá tudo errado mas mesmo assim continuar. Enxergar que tudo ali é imperfeição mas mesmo assim se manter apaixonado, é amor.
Muda voce, sabe? Muda a maneira como voce entende o outro e o mundo também porque amor é um paradoxo: Abrir mão sem dar o braço a torcer.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Deu vontade de gritar.
Vontade de dizer pro mundo inteiro que ta tudo errado, que esse vazio não cabe mais aqui. 
Não sei como, só sei que não cabe mais. 
Deu vontade de sumir.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A vida, os dias e o aniversário

Meu aniversário está chegando e isso me deixa meio chata, meio esquisita, muito de mim no mesmo espaço. Entra ano, sai ano e continua difícil lidar com isso; acho que envelhecer é sempre difícil e cada ano que passa piora um pouquinho por causa da noção de vida que adquirimos pouco a pouco.
365 dias é coisa demais, cabe muito naquilo que achamos ser sempre o mesmo. Achamos, porque na verdade não é. Cada dia aparece uma mania nova, um grito novo, uma coisa diferente da de ontem mas como você convive consigo diariamente acha que ta tudo igual, mas não ta, tudo muda do dia pra noite sem te avisar e você nem percebe.. Ah, como a vida é.

Principalmente a minha. Daria um livro, um bom drama, uma péssima comédia e uma viagem muito maluca por sentimentos e sensações; um dia quero escrever tudo isso pra ver se caio na (minha) realidade quando ler linha a linha. Já pensou se toda a sua vida estivesse num monte de folhas na sua frente! Que loucura, minha gente, que insanidade.

De qualquer forma, as quinzenas anteriores ao meu aniversário seriam as linhas mais deprimentes de todo o livro pois nada se compara à sensação de que tudo está indo mais rápido do que deveria. O tempo corre de uma maneira que deveria ser ilegal, pra você ver como é, já estamos quase em abril mas parece que ontem todos estavam se agarrando à promessas de um mundo melhor em 2012.
E o mundo não mudou e nem você, só que ta tudo diferente. Essencialmente é tudo a mesma coisa, o que mudou foram detalhes tão pequenos que a gente nem leva em conta, só vamos perceber lá pra 2015 se o mundo não acabar. Ontem foi diferente de hoje, a gente envelheceu, foi feliz ou não, mas ainda mora no mesmo endereço e carrega a mesma mala de lembranças que só aumenta a cada dia e isso complica.
Quando nos conhecemos a mala era mais vazia e hoje ta mais cheia, você ta mais velho, só que ainda é voce carregando a mesma mala de antes. 

Ai complicação.
Ah, como a vida é.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Regresso

Há tempos não venho aqui.
Na verdade, traí, tentei iniciar outro blog mas depois de tantas e tantas tentativas percebi que não havia como, isso aqui sou eu e vice versa.
Muito aconteceu nesse tempo, tanto que seria bobagem dizer tudo de uma só vez e então vamos aos poucos, uma coisa de cada vez, um dia de cada vez.

Por hoje eu só senti saudade daqui, acho que senti saudade de mim e de um pouco do que eu era. A gente tenta esquecer e dizer que cresceu mas na verdade não é nada disso e aí tem dia que sente falta de ser menos como hoje e mais como ontem. Porque ninguém cresce de uma vez, a gente cresce todo o dia, um pouquinho a cada momento e depois de algum tempo acaba sentindo falta do que era antes.
Enfim, senti saudade e pronto. E voltei, e quero ficar, só não sei se vou. 
A gente cresce mas a maior parte não muda; eu não mudei, continua difícil me manter em casa e só volto quando preciso voltar, quando quero. Não tá certo, mas também não é errado porque já faço muito do que não quero e em casa acabo me dando o direito de fazer o que quiser e..
...
Tá certo, volto quando preciso voltar porque minha casa é o lugar mais seguro que conheço e aonde me recomponho. Isso não é fácil de entender porque todo mundo gosta de voltar pra casa todos os dias, mas eu não, então todo mundo me vê meio como desnaturada, meio como indigente e talvez eu seja mesmo mas não posso fazer nada. Eu cresci, mudei, chutei o balde e continuo assim porque é assim que tem que ser.
Acho certo só voltar pra casa quando sente saudades porque aí não levamos qualquer coisa, só levamos o que merece entrar em casa. Não há nada pior do que deixar entrar em casa alguém que não se preocupa em limpar os pés; na minha casa tem de tudo mas não tem isso, não! Quem entra aqui é sempre bem vindo e cuida da minha como se fosse a própria e isso só acontece porque eu venho em casa de vez em quando, nunca recebo visitas. O que é da rua, fica na rua e pronto.
Mas eu voltei, uns anos depois e quero ficar um pouco (talvez um pouco mais) porque o que tinha na rua pra mim já guardei e o resto não me interessa. Eu voltei, fiz uma faxina, tirei toda a poeira de mágoa e vim descansar um pouco.

Depois de tudo isso, eu até mereço.