sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando você ouve aquela musica que não devia.

As coisas não mudaram. Ouço as mesmas musicas, ando nos mesmos lugares, pego o mesmo onibus todos os dias no mesmo horário, fumo o mesmo cigarro, bebo a mesma cerveja, assisto os mesmos filmes, me emociono ao lembrar de você.
Os dias seguem da mesma forma e tirando um corte de cabelo ou um novo conhecido, minha vida continua exatamente a mesma de antes, eu estou exatamente do jeito que você me conheceu. Envelheci, claro, mas tirando uma olheira nova ou um machucado aqui ou ali , tudo está a mesma coisa de sempre e as vezes me incomoda, as vezes não. Sempre foi assim, não é?
Pensei em você um dia desses e em tudo o que passamos juntos, foi tanta coisa que me pergunto como aquilo não foi uma vida inteira, cabia uma vida ou mais ali e você sabe. Por um minuto senti saudades; as noites, os sorrisos infinitos e todos aqueles momentos que não preciso repetir pois você também estava lá.
Mas foi só por um minuto.
Senti vontade de saber como você estava mas nao quis te encontrar, te ver de novo, seria dolorido demais, difícil como tudo o que havia entre nós e eu poderia sentar aqui e dizer que a culpa foi dos dois ou de nenhum, que a vida nos separou, que crescemos e topamos com as diferenças mas sabemos que não foi nada disso.

Você quis assim. Você não fez tudo o que podia. Você não foi a melhor pessoa para mim. E eu fui embora.

Não tenho raiva, também não há o que perdoar, deixamos de ser quem somos para sermos nós e no fim, não deu. Fazer o que. A gente é assim mesmo, grita eu te amo mas tem preguiça de manter o amor, fala que faria tudo quando na verdade o "tudo" tem limite e o meu chegou. Demorou mas chegou.
A gente e essa mania de querer amar, querer ser amado. Eu te amei e sei que voce me amou também mas hoje percebo que existe o amor louco e o amor certo, sabemos qual escolhi. Acho melhor quando o amor não desperta o pior em nós, não definha, dilacera, não nos faz matar e morrer. Prefiro aquele amor que não rende declarações e juras eternas que nunca serão cumpridas, gosto de tudo mais calmo.
Gosto do silêncio, da paz. Não nasci pra casa barulhenta, é o lugar onde a gente descansa e se põe no lugar mas com você não tinha isso e eu sentia falta de me acalmar quando chegava, com você por mais que tudo estivesse em silencio dava pra sentir a gritaria, a briga, só de olhar e isso não me deixava em paz. Fui virando escrava desse amor, me contentando com estar descontente para estar junto com meu amor e um dia percebi que não queria te amar, doía.
Como corte de papel sulfite, doeu muito mas na verdade o corte não era tão grande nem tão profundo, só incomodava na hora de escrever. Só incomodava toda hora e hoje não incomoda mais.
Sei bem o que me cortou e não quero repetir a dose, sentir dor não é comigo mesmo que seja dor de amor, prefiro a calma. Só que de vez em quando tenho dessas, acho que você ainda pensa, que ainda quer saber como eu estou da mesma forma que eu penso e então resolvi te escrever, mesmo que nem passe pela tua cabeça ler, escrevi, imagino que qualquer dia desses isso caia no teu colo e você saiba como eu estou. E eu estou bem, sou a mesma de sempre, só prefiro não te ligar porque é igual corte de sulfite, as vezes a gente tem que mexer mas nunca sabe se vai se cortar ou não.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre amor

Há quase meia hora postei uma frase no meu facebook que dizia o seguinte: Muita gente falando de amor, pouca gente sabendo amar.
Fiquei pensando nela, digerindo cada letrinha e vi que só há verdade.

Todo mundo associa o amor a uma coisa boa, empolgante; a borboletas no estomago e não é bem assim. Amar dói, de uma maneira tão profunda que muda a gente de um jeito que não sei bem se dá pra explicar e isso acontece porque amar consiste em aceitar o outro. Voce acha que é fácil te amar? Pergunta pra sua mãe ou pro seu melhor amigo, não é. Não é fácil amar ninguém, por isso dói tanto.
Todo mundo tem defeitos, todo mundo mente, esconde alguma coisa, todo mundo tem passado e amar não é entender tudo isso mas aceitar quem se ama com tudo isso. Ver tudo o que voce desejou perfeito, quebrado, errado, incerto e inconstante. 
Isso é meio que amar. 
E eu disse meio porque tem muito mais coisa aí, só que a gente não quer isso, quer só a euforia e aí confunde o amor com alegria, com felicidade momentanea. Não é.
Amar é aceitar, assim como ser amado é ser aceito pelo que se é e se nem voce gosta dos seus defeitos imagine o outro, por isso amar é tão difícil e ser amado mais ainda. 
E você confunde, como eu confundi, até um dia que adota um gato ou ganha um irmão e não consegue entender como aquela coisa tão pequena que voce nem conhece já faz parte da sua vida e influencia em tudo. 
É amor, sabe? Ficar doido e ver que tá tudo errado mas mesmo assim continuar. Enxergar que tudo ali é imperfeição mas mesmo assim se manter apaixonado, é amor.
Muda voce, sabe? Muda a maneira como voce entende o outro e o mundo também porque amor é um paradoxo: Abrir mão sem dar o braço a torcer.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Deu vontade de gritar.
Vontade de dizer pro mundo inteiro que ta tudo errado, que esse vazio não cabe mais aqui. 
Não sei como, só sei que não cabe mais. 
Deu vontade de sumir.