quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Vinte e todos anos. Eu. Quem diria.



Escrevo sobre mim porque não conheço nada tão bem pra me atrever a discorrer sobre, não me entenda mal, falo sobre vários assuntos e tenho um gosto bem variado, só não me acho boa o suficiente pra falar sobre qualquer coisa que não seja eu mesma.
Aproveito pra deixar claro que vou deixar pra lá toda a baboseira de "eu voltei", acho que nunca saí daqui, sempre foi minha casa e meus pensamentos estavam aqui mesmo que não tenha escrito absolutamente nada (ou quase) nos ultimos anos. A verdade é que a vida não tem sido tão difícil quanto imaginei e quando isso acontece é inevitável se acomodar, pegar pipoca e relaxar enquanto a vida passa; felizmente pra todos nós eu ainda sou eu e estou buscando confusão, cutucando velhas feridas para me dar novos começos. Emocionante.
A paz só serve aos fracos, aos que tem medo do auto conhecimento e aos que anseiam desesperadamente por qualquer possibilidade de aceitação. Caros amigos, sou muito maior do que isso, preciso insistir em encontrar coisas lindas e terríveis dentro de mim mesma, coisas que estão tão bem enterradas que até me esqueci de que estavam ali, porque questões não resolvidas sempre se tornam problemas.

Pra você que está há mais tempo por aqui nada do que vou dizer é tão novo, mas pra quem chegou agora é melhor se sentar e talvez ler um pouco do que já escrevi aqui, só pra se situar e entender melhor a minha situação. Passar pelos vinte e poucos não foi nada simples pra alguém que gosta de mergulhar tão profundamente em si mesmo e agora, quase beirando os trinta anos, tenho certeza de que o passado vai parecer muito mais leve.




A turbulencia me chama, recuso-me a não atender.

Hora de fazer a diversidade dentro de mim transparecer, mais uma vez, sem medo, sem restrições. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

4100. a 2

Fico me perguntando porque a felicidade insiste em escapar de mim, em varias situações, nos mais variados momentos e sempre procuro uma justificativa plausível e racional pra isso mas hoje me dei conta de que não é verdade. Nunca foi.
A verdade é que eu sempre quis ser quista, ser amada, ser notada e nunca fui. Eu queria ser Marilyn Monroe e Jackie O, eu queria ser Kate Moss, eu queria que todos me vissem e me amassem independente de qualquer coisa. Eu queria ser Helena de Tróia, belíssima, com o rosto que lançou milhares de navios ao mar; não pela beleza mas pelo que ela, como pessoa, como mulher, representava.

Quis o universo que não fosse assim, quis a vida que fosse exatamente o oposto, nasci o Grinch, Quasímodo, Grouxo. Nasci e fui repudiada instantaneamente. Que ironia é a vida.
Não sou feliz, nunca serei. Eu só queria que alguem me quisesse, só queria que alguém me procurasse mas nunca vai ser assim.


E se um dia eu desaparecer ninguém vai notar, sequer lembrar que um dia existi. 

sexta-feira, 14 de março de 2014

2247

Eu tenho esses pensamentos esquisitos que vem e vão de vez em quando, as vezes eles nao me deixam dormir direito e eu sei que vai parecer loucura, mas me deixa terminar.
Ja sentiu que dia após dia voce vem perdendo a sanidade ate que no fim só sobra toda a sua vida pendurada por uma linha muito fina? Ja atravessou uma ponte e ficou parado na metade do caminho, considerando pular dali? Ja sentiu que nem na sua cama, nem quando voce dorme consegue ficar calmo? Acho que estou passando por isso.
Pro resto do mundo soa ridiculo mas eu realmente me preocupo com essas coisas, eu tenho muito medo do que podr acontecer comigo. Nunca disse isso pra ninguem porque nao tenho pra quem dizer, mas sinto que sou uma ameaça contra mim mesma. Eu sinto, desejo isso, desejo terminar tudo de uma vez e nao sentir mais essa ansiedade me engolindo viva, me matando.
Todas as noites eu choro desejando nao acordar, querendo nao sentir mais essa dor por viver. Sinto a dor de todos os cortes, nao os vejo mas sinto cada um deles.

- alo, alguem consegue me ouvir?

Ja nao sei como lidar com isso, já nao sei pra onde ir, no meio de tudo isso eu sinto que ja perdi e nao notei. Acabou.

segunda-feira, 10 de março de 2014

579

Sufocando. Todos os pensamentos estão me sufocando e eu vou acabar me entregando, eu não quero desistir mas vou porque não tenho escolha; o que na vida é nossa escolha? (risos)
Claro que eu gostaria que fosse tudo diferente e eu não precisasse mentir constantemente "Tudo bem sim e com voce? O que? Ah, sim... estou um pouco cansada, não tenho dormido por causa do calor...", seria bom se fosse verdade ou se eu pudesse dizer como me sinto realmente.
"Oi, tudo bem. Tirando a dor de cabeça e a falta de sono, eu não tenho dormido muito e meus remédios não funcionam como deveriam. Acho que sou psicótica, porque não bastava a depressão e a ansiedade, não bastava a mitomania e a neurose, ainda preciso de mais. Quando eu me curar, te ligo, só que isso provavelmente não vai acontecer então eu vou te ligar pra chorar e falar sobre varias coisas que eu sinto e não te interessa nem um pouco. E aí você vai parar de me atender e se cansar de ver alguém que nunca está bem, eu entenderei. E quando voce cruzar na rua comigo vai perguntar como eu estou, eu vou responder que estou bem e perguntar sobre voce. Bem também."

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

7760

Não aguento mais essa sensação de insatisfação. Nada fica bom, nada de bom acontece, nada de nada de nada. E é um saco estar insatisfeita com qualquer coisa (que voce não sabe o que é) mas deixa tudo ruim.
Não aguento mais vomitar todos os dias o dia inteiro. Vomito meu café da manhã, meu almoço, minha janta, meus desejos, minhas inseguranças.. vomito minha realidade todos os dias e não aguento mais esse gosto de azedo que já não sai de mim.
Queria querer sair de casa, ver a rua, tomar alguma coisa. Não quero. O mundo lá fora é desconfortável demais pra mim e cada vez fica pior, sinto vontade de chorar cada vez que preciso sair.




"Ah meu amor, este suor enfermo
Blasfema meu erro, de faca em punho
Clareio teu rosto, te faço meu sonho
Pra que entre eu e tu não existam segredos

E se te peço perdão, é porque te amo
E se te marco meu nome é porque te venero
A tua beleza, teu calor eterno
Salva este coração mundano

Ah meu amor, me faz oceano
Pra que dissolva em ti meu choro profano
Por ter cometido o pior dos enganos

Hoje sei, sem você amor, não sou vida,
Sou dor, amargura, vazio e ferida
Salva este coração mundano."

sábado, 7 de dezembro de 2013

Parte 0

Era uma vez uma menina que não tinha nome, filha de ninguém, 20 e tantos anos. Não fazia nada, não gostava de se ocupar com qualquer coisa que garotas de 20 e poucos anos gostavam, não ia aos lugares que outras pessoas da sua idade frequentavam, não procurava por atenção desesperada como pessoas fazem. Não tinha o frescor da juventude e sua aparencia muitas vezes enganava quem não a conhecia, as vezes parecia infantil, as vezes parecia velha. Difícil dizer se era bela ou atraente, afastava olhares, repudiava o desejo que qualquer um pudesse vir à demonstrar.
Vou chamá-la de Sofia, significa sonho e para mim é o que ela significa. Um sonho, uma coisa desvairada e selvagem, olhos de predador, atitude silenciosa, caráter duvidoso disfarçada de gente comum.
Sofia gostava de ler, imaginava cada personagem como um ser real e não se sentia mal com nenhum deles pois eram reais e irreais ao mesmo tempo, eram reais até que o livro se fechasse e pudesse voltar à sua vida de sempre onde não se preocupava com o depois e não pensava em nada a não ser o que seria da humanidade. Ria. Era difícil gostar de pessoas de carne e osso, elas são previsíveis e cansativas, vendidas, trocam qualquer integridade por moedas, fazem atrocidades por altos salários e status; malditas. Odiava todas e as amava ao mesmo tempo, eram nojentas, sujas e incrivelmente fascinantes mas gostava de observar, de preferencia de longe.
O relógio apontava as horas, 14h27, ainda não tinha nada no estomago a não ser dois copos de água gelada e meio litro de café preto. Detestava comer. O ato de cozinhar e ingerir o que quer que fosse a deixava desesperada, triste, comer era necessário e ela não gostava de coisas necessárias pelo simples fato de que tinha que faze-las mesmo que não quisesse. Isso era ter a impressão de que era como todos os outros mas desde que se entende por gente sabe que não faz parte "dos outros", e nunca deixaram com que ela se esquecesse disso. 
Filha de ninguém, nunca foi e nem seria amparada por qualquer pessoa. Ela não tinha raízes e gente assim aprende muito cedo a ficar na companhia de si mesmo, e ela gostava. Via uma beleza sagrada na solidão e chorava as vezes pois era lindo, e bem, as vez vezes por se sentir só, mas nunca se envergonhou por nada disso. Era incompreensível a necessidade do ser humano de se envergonhar, como se envergonhar por ser o que se é? Complicado.

Mas sempre encontrava consolo quando pensava no todo, no Universo, na existencia. Nenhum deles queria mas ela era parte do todo, não era humana, não era gente mas era parte da gente.
Ah, Sofia.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

5918

As horas passam. Impossível não imaginar o tic tac de um relógio dentro da minha cabeça, não me lembro se antes ele estava aqui mas agora é quase impossível não notar o barulho que ele faz, como se quisesse explodir minha mente em milhões de pedacinhos. Vrum...
O relógio marca 03h59 da manhã mas na verdade não sei que horas são porque os dias são todos iguais. Levantar, deitar, dormir (ou não), reclamar de algo aleatório, ter conversas vazias e sem sentido, reclamar da vida, pensar no mundo e tentar expulsar todas essas coisas de dentro de mim. Deitar. Levantar. Diariamente.

Comecei um livro novo e gostei bastante, ele me faz rir. Retirei algumas pessoas da minha vida, acho que não me farão falta porque não tem utilidade alguma, estar com elas é como deitar e levantar: automático. Também tomei coca cola, acho que ela é a causa da dor que senti no estomago ontem mas tudo bem, é um prazer, achei que fosse vomitar e morrer, achei que fosse desmaiar de dor mas nada disso aconteceu, então a cafeína continua a ser um prazer. No mais foi tudo como sempre, tudo como devia ser.
Acho que fiz um novo amigo e isso é surpreendente, estamos em tempos difíceis (a coisa e eu) e em tempos assim fica difícil ter vontade de falar com alguém, mas é com ele é diferente e sempre um prazer. Gosto dele. Gosto de não me sentir tão só. Em tempos difíceis a solidão pode ser um grande problema pois ela não vai e também não me deixa ir, como se fosse um imã ela me puxa pra perto dela o tempo inteiro, eu só não consigo resistir. 
Acreditem, a solidão pode ser bem atraente.
Tenho dormido mal, o sono não vem e quando dá as caras sempre traz algum sonho perturbador, li que acontece em casos de depressão mas prefiro pensar que é o que acontece quando dormimos mal demais. Não aceito intromissões. 

As horas continuam correndo, gosh, hoje estão voando, quase não percebo os minutos e penso que meu relógio está errado (risos, talvez o biológico). A vontade de sair de casa diminui, o receio em encontrar pessoas some e a vontade de alcool aumenta gradativamente, acho que ando bebendo demais e devia melhorar. É possível que daí venham as dores estomacais, mas não ligo, é sempre um prazer e seria melhor se pudesse faze-lo o tempo inteiro (beber e não sentir dores, durd), contudo, pensar me consome muito, todos os meus dias são ocupados por essa imensa vontade de saber o que é do que foi e como será. Cansativo, improdutivo, preguiçoso.
Tem dias que ser diferente é um pé no cu.

Alguns minutos se passaram. Deitar. Levantar.